Category Archives: Economia

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A crise política e o mercado brasileiro

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O contexto político brasileiro gera efeitos cada vez mais evidentes no cotidiano, particularmente no mercado. Empreendedores, investidores e importadores devem acompanhar de perto esses acontecimentos. Eles sugerem necessidade de adaptações na importação e exportação, que devem prosseguir sob cenário de frugalidade e de oscilações, causado principalmente pelos rumos políticos recentes.

Um dos efeitos mais evidentes desses rumos são as expectativas modestas para 2015. Bancos como o Safra e agências como a Rosenberg apostam em um PIB negativo em 2015 [1][2]. Até mesmo o Ministro da Fazenda admite PIB negativo no primeiro trimestre do ano [3]. A explicação mais recorrente para essas opiniões são os desafios políticos atuais.

Os bastidores de Brasília geram ansiedade no mercado e afetam a economia. O exemplo mais relevante são as investigações sobre a Petrobras, empresa cujas dificuldades geram desconfiança no mercado, redução de expectativas e aumento no preço dos combustíveis. Por consequência, o investimento diminui e a produção encarece, aumentando custos e estimulando queixas contra o governo.

O partido empossado encontra pouco espaço para reagir. Está forçado a conter gastos, a resgatar o crescimento, a combater corrupção. Isso tem articulado opositores e críticos, ao ponto de congressistas considerarem a hipótese de um impeachment [4] [5]. A opinião é compartilhada por agências de consultoria política como a Eurasia e a Benko, que estimam haver 20% a 30% de chances de afastamento [6]. Mesmo que isso não signifique risco sistêmico, é preciso cautela para evitar surpresas.

Embora afete o mercado, a crise política brasileira será menos ruptura e mais oscilação. Mesmo assim, investidores e empreendedores prudentes devem considerar a possibilidade remota de uma oscilação extrema. Isso pode evitar que algum revés inesperado gere consequências de difícil controle.

REFERÊNCIAS

[1] http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,analistas-ja-preveem-pib-negativo-este-ano,1623016
[2] http://www.infomoney.com.br/mercados/noticia/3849591/menor-que-pibinho-bancos-que-esperam-brasil-abaixo-zero-2015
[3] http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,levy-diz-que-governo-cumprira-meta-fiscal-sem-adotar-medidas-draconianas,1636044
[4] http://www.infomoney.com.br/mercados/politica/noticia/3855796/questao-sobre-impeachment-dilma-causa-discussao-entre-petista-tucano-senado
[5] http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2015-02-07/pt-usa-festa-para-acusar-golpe-em-curso-contra-dilma.html
[6] http://www.infomoney.com.br/mercados/politica/noticia/3855821/chances-dilma-sofrer-impeachment-sao-avaliam-consultorias


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petroleo

O preço do petróleo e a economia internacional

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Os preços internacionais do petróleo geram impactos cada vez mais evidentes na economia e no comércio exterior.  O valor do petróleo despenca mundo afora, beneficiando consumidores e prejudicando produtores. Com base nesse cenário, relatório da agência D&B indica contexto de deriva no ano de 2015. A mudança brusca gera oscilações para investidores, empreendedores e importadores que dependam de alguma forma dos preços petrolíferos.

As explicações para a baixa do petróleo incluem a extração de xisto e o surgimento de fontes alternativas. Por causa dessa concorrência, países estratégicos como os do Oriente Médio decidiram entregar ao mercado o preço do combustível. O objetivo da decisão é o de manter o interesse no petróleo, mesmo diante de fontes promissoras como a elétrica. A oferta abundante e os substitutos próximos ensejaram uma queda dos preços, criando oportunidades e desafios.

A situação favorece setores que façam uso intenso de hidrocarbonetos. É o caso da agricultura e dos transportes, por exemplo. Economias que dependam do consumo intenso de petróleo também foram favorecidas. É possível que a modesta recuperação econômica dos Estados Unidos da América esteja relacionada à baixa do petróleo, que tem permitido mais investimentos na indústria.

Por outro lado, a desvalorização prejudica negócios que se beneficiem do desempenho do setor. A Coreia do Sul, por exemplo, foi obrigada a paralisar diversas obras petrolíferas em países do Oriente Médio. Os impactos são mais fortes em economias que dependam dos hidrocarbonetos. É o caso da Venezuela, que está em situação calamitosa, devido à maneira como o petróleo é a principal base do caixa governamental.

O Brasil possui economia mais diversificada do que a venezuelana, mas também foi impactado pela desvalorização do petróleo. Em 2014, foram realizados investimentos pesados na Petrobras. Havia a expectativa de que o preço do barril alcançaria altos valores. O ano de 2015 contrariou essas expectativas. Como resultado, a Petrobras tem sido impedida de obter retornos. Enquanto isso, o revés recai sobre o preço do combustível nacional, cuja logística e produção ainda são monopólios de fato da Petrobras.

Ainda não é possível determinar até quando essa baixa permanecerá. Outrora dispendiosa, a extração de xisto é cada vez mais praticada, reduzindo custos. Além disso, as fontes alternativas têm demonstrado ser viáveis, como indica o uso de carros elétricos na Europa. Existe a possibilidade de os países produtores reduzirem a produção novamente. As recentes disputas geopolíticas entre os países do Oriente Médio podem tornar difícil formar esse arranjo.

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A inflação e o comércio internacional

A inflação e o comércio internacional

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O timing do mercado é gerado pelo nível dos preços. Ele afeta o valor do dinheiro e gera oportunidades ou desafios para compradores e vendedores. A situação é particularmente relevante para quem importa ou exporta. No comércio internacional, as alternativas surgem ou desaparecem de acordo com a inflação, que afeta o valor do dinheiro e determina a possibilidade de transações no comércio internacional.

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Tendência do dólar: sobe ou não sobe?

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A tendência de alta do dólar parece ter estacionado. Entre o final de 2014 e início de 2015, a maior parte das expectativas dizia que o preço dispararia, dada a situação macroeconômica problemática do país. Como resultado, o dólar realmente disparou, mas parece ter estabilizado. A moeda permanece entre a faixa de R$2,60 e R$2,70, contrariando as expectativas quase apocalípticas de que chegaria a R$3,15. O que estaria acontecendo?

Essa estabilidade até mesmo surpreende. O Brasil acumula valores macroeconômicos que indicam desvalorização do câmbio e aumento do dólar. Dentre esses fatores, têm destaque o PIB fraco, a baixa formação de empregos, a alta no desemprego, o saldo externo negativo. Tudo isso indica produção fraca, descrença na economia nacional e possível fuga de dólares. Mas este não tem sido o caso.

Existe um conjunto de forças que tem mantido o dólar estável. Para começar, os juros estão muito baixos no exterior. Isso aumenta a quantidade de empréstimos de dólares no mundo, reduzindo seu preço. No Brasil, as recentes políticas macroeconômicas aumentaram a confiança no país, atraindo investimento estrangeiro. O governo também realiza políticas para conter gastos, controlar a inflação e interferir no câmbio injetando dólares no mercado. Com isso, a moeda nacional fortalece, enquanto o preço do dólar cai.

Devido a esses fatores, muitos concluíram que o pessimismo contém exageros; mas essa estabilidade pode ser frágil. O crescimento mundial provavelmente será recuperado em pouco tempo, devido aos investimentos facilitados pela baixa dos juros. Isso fará com que os juros cresçam novamente, elevando o preço do dólar. No Brasil, existe o risco de haver períodos de instabilidade política. Isso pode impedir o governo de seguir suas medidas de contenção inflacionária e suas intervenções no câmbio, permitindo a desvalorização cambial.

A estabilidade e a relativa baixa do dólar formaram uma janela de oportunidades para empreendedores, comerciantes e importadores. Essa janela permitiu e ainda permite aproveitar negócios que provavelmente podem ser considerados vantajosos e excepcionais. Importadores, investidores e empreendedores farão melhor por entender que essa tendência de estabilidade e de baixa do dólar seja definitiva. A questão não é se o preço do dólar vai voltar a subir, mas quando vai voltar.


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novas medidas econômicas e as importações

Novos impostos e as importações

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Mesmo sem declarar intenções, o governo toma medidas econômicas cada vez mais reveladoras. Como comentado em artigo anterior, elas indicam que a prioridade governamental é recuperar o caixa, que está negativo. As medidas mais recentes são explícitas nesse sentido: novos impostos para aumentar a arrecadação. Os impactos dessas medidas sobre o comércio internacional serão relevantes, exigindo planejamento por parte de importadores.

Os impostos aumentados incluem o Imposto sobre Operações Financeiras de pessoas físicas (IOF); a alíquota do PIS Cofins sobre importações; e a volta da Cide e do PIS Cofins que recaem sobre combustíveis. O objetivo é arrecadar cerca de 20 bilhões em 2015, recuperando a confiança no governo [1]. As medidas eram de certa forma esperadas e até mesmo desejadas. Em longo prazo, elas poderão recuperar a confiança na economia e reaquecer o mercado. Em curto prazo, no entanto, trarão impactos significantes sobre o crescimento.

O aumento do IOF pode desestimular importações por parte de indivíduos, porque aumenta os custos de empréstimos. Enquanto isso, o aumento do PIS Cofins sobre importações pode diminuir compras internacionais por parte de empresas. Indiretamente, a Cide e o PIS Cofins podem desacelerar a economia, arrefecendo mais uma vez as importações. O cenário é de possível contenção, mas pode estimular a busca de soluções financeiras, ensejadas pela busca de redução em custos.

Empresas, importadores e investidores devem buscar novos mercados, descobrindo fontes alternativas de recursos com valores mais acessíveis. As soluções financeiras para importações podem também se tornar mais eficazes, permitindo a continuidade dos negócios. Empresários, tradings e importadores terão a necessidade e a oportunidade de agirem cada vez mais em sinergia, desenvolvendo soluções que tornem possível continuar o ritmo dos negócios.

 

REFERÊNCIAS

[1] http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2015/01/ministro-da-fazenda-anuncia-medidas-que-aumentam-impostos.html

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Fatores que afetam o preço do dólar

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Para importadores, o preço do dólar é uma variável importante. Ele determina a possibilidade, a quantidade ou até mesmo o sucesso das operações comerciais no exterior. Entender como funciona o preço do dólar é essencial para desenvolver planejamentos e obter os melhores resultados nos negócios.

O preço do dólar oscila porque é uma mercadoria qualquer. Ele está sujeito à de “lei da oferta e da procura”. Quanto maior a quantidade de dólares, menor o preço; e quanto menor, maior o preço. Essa disponibilidade é formada pela entrada ou saída de dólares dos cofres nacionais, sejam públicos ou privados.

As oscilações cambiais não geram somente vantagens ou desvantagens. O câmbio valorizado facilita as importações, mas dificulta as exportações, e vice versa. Uma mesma empresa pode sentir ambos os impactos. Conheça agora alguns fatores importantes que afetam o preço do dólar.

Investimentos na Bolsa

Muitos investidores da bolsa de valores brasileira são estrangeiros. O exemplo mais clássico são os dos bancos. Se esses investidores concluem que a economia brasileira vai mal, eles abandonam a bolsa de valores brasileira, levando dólares consigo. Isso torna mais escassa essa moeda, desvalorizando o câmbio. O mercado de valores brasileiro pode também se tornar vantajoso, atraindo investidores estrangeiros. Nesse caso, o câmbio valoriza.

Contas do governo

Um governo que tenha contas no vermelho afugenta investidores estrangeiros, que levam seus dólares consigo. Isso diminui a quantidade de dólares disponíveis, deixando-os mais caros. O mesmo ocorre quando um governo não é transparente com suas contas públicas. Isso também afugenta investidores, que levarão seus dólares e farão o preço deles aumentar. Por outro lado, um governo responsável e transparente pode atrair investidores, podendo gerar valorização cambial e criar oportunidades para importadores.

Inflação

Quanto maior a inflação, maior a quantidade de moeda nacional. Por consequência, o preço da moeda inflacionada será muito menor em relação ao dólar, que será mais escasso em relação ao dinheiro nacional. Da mesma forma, uma inflação controlada valoriza a moeda nacional, diminuindo seu valor em relação ao dólar.

Políticas do Banco Central (BC)

O Banco Central brasileiro pode tomar medidas que valorizam ou desvalorizam o câmbio. Por exemplo, ele pode vender seus dólares para controlar uma alta abrupta no valor dessa moeda, valorizando o dinheiro nacional. É possível também que o BC compre títulos do Tesouro Nacional e diminua com isso a quantidade de moeda nacional, deixando-a mais valorizada.

Políticas do Federal Reserve (FED)

Obviamente, o banco central dos Estados Unidos da América influencia o valor do dólar, que é a moeda estadunidense. As medidas mais evidentes para isso relacionam-se com a compra ou a emissão de títulos da dívida pública. Quando emite títulos, o FED diminui os dólares disponíveis, valorizando a moeda. Ao comprar esses títulos, o FED aumenta a quantidade de dólares, diminuindo o valor da moeda.

Balança comercial

Como grande parte do comércio exterior é feita em dólares, existe a possibilidade de esses negócios influenciarem o preço da moeda estrangeira. As exportações trazem mais dólares, diminuindo o preço da moeda; e as importações enviam dólares ao exterior, aumentando o valor da moeda. Dessa maneira, déficits na balança comercial podem significar desvalorização do câmbio, ao passo que superávits podem gerar valorização.

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2015

BOLA DE CRISTAL DA MACROECONOMIA EM 2015

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O final do ano inaugura a temporada de previsões econômicas para 2015. Elas talvez não prevejam o futuro literalmente, mas dão a chance para importadores conhecerem as expectativas do mercado. De todas as informações, destacam-se as da macroeconomia e as do planejamento das empresas. Elas podem ser avaliadas por meio do Relatório Focus, enviado pelo Banco Central; e pela recente pesquisa da Fundação Getúlio Vargas sobre as intenções de investimento em 2015.

Durante 2014, o Relatório Focus demonstrou tendências consistentes sobre as expectativas para o ano seguinte. O boletim indicou diminuição contínua das projeções sobre o Produto Interno Bruto em 2015, chegando ao mínimo de 0,69 até a publicação desta matéria. Enquanto isso, as expectativas para a inflação seguiram tendência ininterrupta de alta, atingindo o limite de 6,50 no valor do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). As expectativas para o valor do câmbio seguiram tendência neutra até a metade do ano, quando começaram a se erguer. [1] A combinação indica provável cenário defensivo.

As expectativas de empreendedores mantêm ritmo estável, embora já tenham sido melhores. É o que indica os resultados de uma pesquisa da FGV sobre intenções de investimentos em 2015, realizada com mais de 3800 empresas de todos os setores. Nas indústrias, 41% planejam aumentar investimentos, contra 47% que intenciona manter o mesmo nível. Na área de serviços, 48% pretendem manter os investimentos de 2014, enquanto 42% planejam expandir. Em comércio, 52% pretendem expandir, ao passo que 48% manterão os mesmos níveis. De acordo com a FGV, as expectativas para 2015 são mais modestas do que as realizadas para 2014. [2]

Os prognósticos para 2015 estão longe de ser desastrosos, mas indicam provável tendência à cautela por parte de empresas e investidores. As projeções macroeconômicas e as expectativas de investimento são complementares: faz sentido estacionar os investimentos diante de incertezas. Existe uma boa notícia: as empresas não planejam diminuir os investimentos, mas os manter. É possível que ainda esteja em tempo de corrigir as instabilidades e retomar o crescimento perdido.

FONTES

[1] http://www.bcb.gov.br/pec/GCI/PORT/readout/R20141212.pdf

[2] http://www.valor.com.br/brasil/3824824/menos-empresas-planejam-investir-em-2015-aponta-sondagem-da-fgv


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rampa_planalto

EXPECTATIVAS PARA O GOVERNO REEMPOSSADO

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Janeiro de 2015 está marcado por expectativa e ansiedade sobre o mandato da presidente reempossada. As primeiras medidas são acompanhadas de muita ambiguidade e poucas explicações, aumentando a tensão herdada de 2014. Apesar desse desafio, essas medidas começam a tomar sentido. Isso as torna mais fáceis de compreender, permitindo empreendedores e investidores planejar uma estratégia viável para o ano de 2015.

A maior urgência do governo parece ser o reequilíbrio das contas. O crescimento e a própria viabilidade do país dependem disso. O governo está atualmente com saldo negativo. Ele corre o risco de se tornar um mau pagador, afugentando investidores. O novo governo precisa recuperar a confiança do mercado. Entre outras medidas, isso demanda provar que pode honrar suas dívidas. A melhor forma para isso será recuperando com urgência a disciplina fiscal.

Essa urgência pode ser verificada nas ações inaugurais desse novo mandato. Foram anunciados cortes em direitos trabalhistas e verbas ministeriais. Surgem grandes expectativas para a ressurreição de impostos como a CPMF. Novos impostos podem ser criados, como os que poderão incidir sobre LCIs e LCAs. E impostos como a Cide podem aumentar de valor. Todas as mudanças indicam essa urgência em sanear as contas governamentais.

Diante desse cenário, importadores deverão esperar aumento dos custos para importação. Existe a possibilidade de o governo aproveitar das compras no exterior para aumentar sua arrecadação. Isso pode ser feito por meio de aumento de impostos como o II ou o IPI-importados. É uma opção incômoda, porque onera o desenvolvimento do país. Mas será melhor do que aumentar a inflação ou simplesmente dar um calote, afugentando ainda mais investidores.

Para o governo, o tradeoff não será difícil de escolher. A produção nacional está em ritmo lento. É o que demonstram os resultados macroeconômicos de 2014. As demissões na Petrobras, na Volskwagen do Brasil e na Mercedes-Benz do Brasil revelam o mesmo desafio. Não seria difícil sacrificar um crescimento que, no fim das contas, já está sacrificado.

Além disso, importadores deverão esperar também aumento das taxas de juros. Isso traz a vantagem de conter a inflação e valorizar o câmbio. Mas os empréstimos bancários ficarão mais complicados, onerando as operações de importação. A medida, claro, não vai ter efeito imediato. É provável que os juros altos convivam com uma taxa de câmbio desvalorizada, contexto que igualmente desafia as importações. Para importadores, a solução será abandonar o comodismo e buscar alternativas.

Em 2015, importadores precisam buscar fontes com preços mais adequados e taxas de câmbio mais atraentes. Possíveis exemplos incluem os eletrônicos da Tailândia e as commodities da Rússia. É preciso também buscar empresas e instituições mais maleáveis em suas condições de empréstimo. Nesse caso, provavelmente vale mais a pechincha do que a fidelização. Devido às prioridades do novo governo, 2015 exige adaptações ao cenário de frugalidade que certamente marcará esse ano.

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Crise de 2008

A CRISE DE 2008 E SEU LEGADO

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Com frequência a crise de 2008 é considerada uma das maiores causas dos modestos resultados econômicos mundiais. Ela gerou um legado de maus prognósticos que ainda produz resultados práticos, como contenção de despesas e comportamento financeiro ultraconservador. Para muitos, é até mesmo incoerente dizer que a crise “deixou um legado”: ela ainda existe e está ativa. Entender essa crise é necessário para conhecer os rumos que o mercado pode tomar nos próximos anos.

Embora a economia mundial tenha recuperado um pouco do crescimento [1], a crise ainda é temida. Ela gera hesitação por parte de investidores, empreendedores e financistas, que ainda não vêem motivo para comemoração. Considerando os episódios passados, como a crise de 1990, os efeitos dessa crise deveriam ter passado rápido. Infelizmente, essa talvez seja a pior crise de todos os tempos, comparada somente à de 1929.

A crise de 2008 iniciou nos Estados Unidos da América, durante a Era Bush. Após o 11 de setembro, os EUA passaram a realizar gastos pesados com operações militares no exterior. Isso onerou demais a economia dos EUA, da qual o mundo inteiro possui dependência. A fim de se protegerem, China e Inglaterra decidiram injetar dinheiro nos bancos estadunidenses, estimulando esses bancos a emprestar mais.

Dessa forma, os EUA testemunharam uma corrida por dinheiro emprestado, principalmente para comprar imóveis, devido às facilidades de condições geradas desde a década de 1990. Quando o apoio externo acabou, os juros cresceram, gerando inadimplência e retirada de dinheiro, o que pôs muitos bancos em risco. Era o episódio conhecido como estouro da bolha imobiliária nos EUA.

Para conter a crise, a Casa Branca injetou dinheiro nos bancos, atitude pela qual recebeu críticas. O apoio foi cortado, fazendo muitos bancos quebrarem, como ocorreu ao Lehman Brothers. Isso gerou um “efeito dominó” ao redor do mundo, diminuindo o crescimento mundial. Muitos negócios dependem direta ou indiretamente dos empréstimos concedidos por bancos estadunidenses.

Nesse contexto, os países emergentes ganharam destaque. Eram vistos como um possível alívio para a crise, pois estavam crescendo, ainda consumiam e recebiam investimento externo. Havia a expectativa de que esse investimento pudesse ser usado para conter as crises que afetavam diversos países da Europa, para onde a crise estadunidense transbordou. Esses fatos explicam, por exemplo, a proeminência da política externa brasileira durante a Era Lula.

Embora a crise ainda seja temida, existem indícios que os países centrais tenham obtido alguma recuperação. Enquanto isso, os países emergentes estão novamente estagnados, como demonstra a situação presente do Brasil e da Rússia. Há analistas que consideram essa “crise” um mero golpe de retórica, como alguns afirmam ocorrer no Brasil [2]. Seja como for, a crise ou a memória dela permanece intensa nas considerações de analistas, garantindo sua realidade.

 

REFERÊNCIAS

[1] http://www.douradosagora.com.br/brasil-mundo/economia/economia-mundial-volta-a-crescer-mas-corre-riscos-para-manter-estabilidade

[2] http://www.infomoney.com.br/mercados/politica/noticia/3635648/164-economistas-criam-manifesto-rebatem-dilma-nao-crise-internacional

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montanha_russa

A CRISE RUSSA DE 2014

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A crise russa de 2014 russa exige ponderar sobre suas consequências. Como país emergente, a Rússia é protagonista no mercado mundial, situação que indica como uma crise nesse país pode afetar esse mercado. Para o Brasil, a crise pode gerar oportunidades, mas também implica riscos, exigindo avaliar as consequências possíveis desse evento.

A crise da Rússia é causada pela queda do preço do petróleo, somada às sanções comerciais impostas à Rússia devido à atuação de Putin na Crimeia. Juntos, esses fatos geraram uma desvalorização significante do rublo, prejuízo que o banco central russo tentou reverter elevando as taxas de juros de 10% para 17%.

A solução foi inócua: investidores desconfiaram ainda mais do mercado russo, gerando nova debandada de investimentos. Isso desvalorizou ainda mais o rublo, causando tensão no mercado internacional. Durante a década de 1990, a Rússia declarou moratória de sua dívida, gerando revezes em diversos países. Investidores temem que a história se repita atualmente.

Na condição de país emergente, o Brasil sofre um “risco de contágio” da crise russa. Caso associem os dois países, investidores podem retirar seu capital do Brasil, causando novo aumento no preço do dólar e dificultando as importações. É algo semelhante ao “efeito tango” causado pela Argentina. Apesar desse risco, ainda não há sinais de um “efeito cossaco” sobre países emergentes [1].

A situação pode ser vantajosa para importadores brasileiros. A restrição comercial da Rússia e sua desvalorização cambial abrem janelas de oportunidades, que podem se beneficiar de preços mais acessíveis. De fato, desde a crise, importadores brasileiros aumentaram a compra de insumos industriais russos [2].

Enquanto isso, a crise da Rússia desfavorece os exportadores brasileiros. Durante a crise da Ucrânia, a Rússia passou a comprar mais carne brasileira, devido à sanção impostas por diversos países [3]. A desvalorização do rublo e a alta dos juros forçam compradores russos a diminuir suas aquisições, encerrando as oportunidades geradas pela crise política internacional. [1]

 

FONTES:

[1] http://www.dw.de/crise-russa-j%C3%A1-prejudica-economia-brasileira/a-18139869

[2] http://g1.globo.com/economia/noticia/2014/12/entenda-crise-na-russia-e-possiveis-efeitos-no-brasil.html

[3] http://www.suinoculturaindustrial.com.br/noticia/importacoes-de-carne-brasileira-pela-russia-disparam-em-meio-a-crise-na-ucrania/20141216083413_L_799

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