Novos impostos e as importações
Mesmo sem declarar intenções, o governo toma medidas econômicas cada vez mais reveladoras. Como comentado em artigo anterior, elas indicam que a prioridade governamental é recuperar o caixa, que está negativo. As medidas mais recentes são explícitas nesse sentido: novos impostos para aumentar a arrecadação. Os impactos dessas medidas sobre o comércio internacional serão relevantes, exigindo planejamento por parte de importadores.
Os impostos aumentados incluem o Imposto sobre Operações Financeiras de pessoas físicas (IOF); a alíquota do PIS Cofins sobre importações; e a volta da Cide e do PIS Cofins que recaem sobre combustíveis. O objetivo é arrecadar cerca de 20 bilhões em 2015, recuperando a confiança no governo [1]. As medidas eram de certa forma esperadas e até mesmo desejadas. Em longo prazo, elas poderão recuperar a confiança na economia e reaquecer o mercado. Em curto prazo, no entanto, trarão impactos significantes sobre o crescimento.
O aumento do IOF pode desestimular importações por parte de indivíduos, porque aumenta os custos de empréstimos. Enquanto isso, o aumento do PIS Cofins sobre importações pode diminuir compras internacionais por parte de empresas. Indiretamente, a Cide e o PIS Cofins podem desacelerar a economia, arrefecendo mais uma vez as importações. O cenário é de possível contenção, mas pode estimular a busca de soluções financeiras, ensejadas pela busca de redução em custos.
Empresas, importadores e investidores devem buscar novos mercados, descobrindo fontes alternativas de recursos com valores mais acessíveis. As soluções financeiras para importações podem também se tornar mais eficazes, permitindo a continuidade dos negócios. Empresários, tradings e importadores terão a necessidade e a oportunidade de agirem cada vez mais em sinergia, desenvolvendo soluções que tornem possível continuar o ritmo dos negócios.
REFERÊNCIAS
[1] http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2015/01/ministro-da-fazenda-anuncia-medidas-que-aumentam-impostos.html