O preço do petróleo e a economia internacional
Os preços internacionais do petróleo geram impactos cada vez mais evidentes na economia e no comércio exterior. O valor do petróleo despenca mundo afora, beneficiando consumidores e prejudicando produtores. Com base nesse cenário, relatório da agência D&B indica contexto de deriva no ano de 2015. A mudança brusca gera oscilações para investidores, empreendedores e importadores que dependam de alguma forma dos preços petrolíferos.
As explicações para a baixa do petróleo incluem a extração de xisto e o surgimento de fontes alternativas. Por causa dessa concorrência, países estratégicos como os do Oriente Médio decidiram entregar ao mercado o preço do combustível. O objetivo da decisão é o de manter o interesse no petróleo, mesmo diante de fontes promissoras como a elétrica. A oferta abundante e os substitutos próximos ensejaram uma queda dos preços, criando oportunidades e desafios.
A situação favorece setores que façam uso intenso de hidrocarbonetos. É o caso da agricultura e dos transportes, por exemplo. Economias que dependam do consumo intenso de petróleo também foram favorecidas. É possível que a modesta recuperação econômica dos Estados Unidos da América esteja relacionada à baixa do petróleo, que tem permitido mais investimentos na indústria.
Por outro lado, a desvalorização prejudica negócios que se beneficiem do desempenho do setor. A Coreia do Sul, por exemplo, foi obrigada a paralisar diversas obras petrolíferas em países do Oriente Médio. Os impactos são mais fortes em economias que dependam dos hidrocarbonetos. É o caso da Venezuela, que está em situação calamitosa, devido à maneira como o petróleo é a principal base do caixa governamental.
O Brasil possui economia mais diversificada do que a venezuelana, mas também foi impactado pela desvalorização do petróleo. Em 2014, foram realizados investimentos pesados na Petrobras. Havia a expectativa de que o preço do barril alcançaria altos valores. O ano de 2015 contrariou essas expectativas. Como resultado, a Petrobras tem sido impedida de obter retornos. Enquanto isso, o revés recai sobre o preço do combustível nacional, cuja logística e produção ainda são monopólios de fato da Petrobras.
Ainda não é possível determinar até quando essa baixa permanecerá. Outrora dispendiosa, a extração de xisto é cada vez mais praticada, reduzindo custos. Além disso, as fontes alternativas têm demonstrado ser viáveis, como indica o uso de carros elétricos na Europa. Existe a possibilidade de os países produtores reduzirem a produção novamente. As recentes disputas geopolíticas entre os países do Oriente Médio podem tornar difícil formar esse arranjo.