Monthly Archives: junho 2015

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PIB

O Produto Interno Bruto e as importações

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O desempenho trimestral do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro indica um cenário crescente de frugalidade. Para manter o ritmo, importadores devem recorrer a soluções financeiras e logísticas aprofundadas, com planejamento adaptado às necessidades e principalmente às possibilidades.

Seguindo a tendência do ano passado, o PIB contraiu em -0,2 no primeiro trimestre de 2015, gerando expectativas modestas. De acordo com o Boletim Focus, o mercado espera uma contração ainda maior de -0,5 para o futuro. Confirmando a tendência, relatório do Branco Central anuncia que a instituição espera contração de -1 para o PIB, reduzindo ainda mais sua expectativa anterior de -0,5 [1].

Ao mesmo tempo, a percentagem de impostos no PIB brasileiro é cada vez maior. Segundo estudos do Fipecafe, 40% do PIB têm sido formados por impostos [2]. O valor é aproveitado pelos cofres públicos para cobrir o déficit dos últimos anos. Considerando esse déficit, a possível tendência é de aprofundamento da situação, com encarecimento sobre impostos de diversos tipos.

Contribuem para o cenário as expectativas para a inflação, que tem sido crescentes. Segundo relatório do Banco Central, o mercado espera cerca de 9% de inflação para os próximos meses. A expectativa não se contém mesmo diante do aumento dos juros, que chegou a 13,75% e prevê novos acréscimos. O governo pode enfrentar algum desafio para reverter esse cenário.

Com base na tendência do PIB, importadores devem recorrer a planejamento cada vez mais sofisticado. Serão necessários maiores esforços para conter os gastos com o financiamento de importações. Por outro lado, pode ser uma oportunidade para rever os planos e adquirir serviços especializados, que permitam baratear os custos de suas operações.

REFERÊNCIAS

[1] http://veja.abril.com.br/noticia/economia/bc-eleva-para-9-previsao-para-a-inflacao-em-2015-e-reduz-a-48-para-2016

[2] http://exame.abril.com.br/revista-exame/edicoes/1092/noticias/os-impostos-ja-sao-quase-40-do-pib-e-seguem-aumentando


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domino

Blocos comerciais e seus resultados

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A década de 1990 inaugurou a globalização e conectou os mercados mundiais como nunca ocorreu antes. Diante do fenômeno, os países passaram a formar blocos comerciais de comércio. Uma parte das adesões buscava proteção dos concorrentes mais fortes. Outra queria aproveitar das oportunidades nessa nova ordem. Duas décadas depois, as tendências e os resultados dessas uniões possivelmente indicam que os resultados diferem do esperado. No lugar de proteção ou de distribuição de riqueza, ocorre uma “socialização das perdas”, com ônus maior sobre os países mais desenvolvidos dos blocos.

Com a queda do Muro de Berlim, a Europa prosseguiu sua tendência histórica de aproximação. Foi inaugurada a União Europeia, com unificação de políticas, de tarifas e até mesmo de moedas, tornando os países cada vez mais dependentes entre si. Para decepção, a União parece ter problemas em gerar prosperidade ou fortalecer os países menos adiantados. Os resultados mais notórios têm sido ser os revezes impostos aos países mais desenvolvidos, como os que a Grécia impõe à Alemanha.

O desentendimento e as suspeitas também têm sido comuns. Realizada pelos Estados Unidos da América, a proposta da Área de Livre Comércio das Américas (ALCA) gerou desconfianças por parte de países menos desenvolvidos, que temiam a assimetria das economias e uma possível supremacia estadunidense. Foi sugerida uma versão diminuta da ALCA, chamada “ALCA light”. A proposta foi rejeitada pelos EUA, o que talvez tenha sido proveitoso aos estadunidenses, considerando os resultados mais notórios da União Europeia.

Os países da América do Sul igualmente formularam propostas de unificação. A mais longeva é a do Mercosul, com foco mais político do que comercial. Vinte anos após sua formação, o Mercosul logrou encaixar em si países da ala progressista sul americana. A situação traz ao Brasil revezes políticos e comerciais que ainda não se pagaram, como as polêmicas com a Bolívia e com a Venezuela. Por ironia, o Mercosul testemunhou a formação da Aliança do Pacífico, voltada a fins estritamente comerciais. Esse pragmatismo faz com que os resultados da Aliança superem os do Mercosul.

Durante a década de 1990, países tenderam à formação de blocos, como forma de buscar proteção contra o mercado globalizado e se aproveitar das melhores oportunidades oferecidas por ele. No entanto, os resultados mais notórios tem sido encargos pesados aos países mais proeminentes dos blocos, desmentindo a idéia de que a assimetria traria vantagens aos mais desenvolvidos. Considerando o resultado da Aliança do Pacífico, possivelmente os melhores resultados surgem em países em situação simétrica e com pragmatismo comercial. Fica o convite para futuras pesquisas de internacionalistas.

 

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dolar_meados_2015

A tendência do dólar na metade de 2015

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Mesmo com previsões de subida íngreme, o preço do dólar tem oscilado entre R$3,00 e R$3,40, deixando o mercado confuso. Diante dessa lateralidade, investidores e importadores avaliam se a tendência futura será de alta ou de baixa. As possibilidades demandam avaliar o cenário macroeconômico brasileiro.

O recente desempenho econômico brasileiro favorece a subida do dólar. No primeiro trimestre de 2015, o Produto Interno Bruto (PIB) declinou 0,2 pontos em relação ao trimestre passado. O saldo da balança comercial também acumula resultados negativos. A entrada de dólares no país tem sido limitada. Isso faz com que o preço do dólar tenda a aumentar.

A situação governamental também contribui para o aumento do dólar. As reservas cambiais do país estão passando por escassez. Com pouco fôlego para ancorar o câmbio, o governo deixou claro que deixará o câmbio livre. Considerando o cenário macroeconômico, tudo indica que o dólar irá subir de valor.

Ainda sobre o governo, é preciso notar o seu possível interesse no aumento do dólar, dada a sua prioridade em recuperar suas reservas. Isso permitiria aos exportadores aumentar seus ganhos no mercado internacional, elevando o PIB e gerando mais receitas. Algumas avaliações calculam que o valor ideal do dólar para o governo é de ao menos R$3,60.

Finalmente, há a inflação. Ela alcançou o valor médio de 8,75% em 12 meses, com possíveis picos oscilatórios de 10,75%. A abundância desvaloriza a moeda nacional em relação ao dólar. Esse fato também contribui para o dólar se valorizar em relação ao real.

Por outro lado, é preciso considerar os aumentos na taxa Selic (de juros). Para conter a inflação, o Copom estabeleceu seu valor em 13,75%, com possibilidades de aumentar nas próximas reuniões. As altas taxas de juros tornam atraente investir no Brasil, fazendo o país receber dólares em investimentos, o que valoriza a balança. Mas pode também causar recessão, diminuindo o PIB e aumentando o preço do dólar.

Diante da lateralidade do dólar, investidores e importadores perguntam-se se o dólar irá assumir tendência de alta ou de queda. No longo prazo, a tendência tem sido de alta. No curto prazo, há uma lateralidade que pode ser rompida em direção a preços mais elevados, considerando o presente contexto macroeconômico.


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governo_concessoes

Governo anuncia novo pacote de concessões na logística nacional

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A logística brasileira recebe novo pacote de concessões do Governo Federal. Ferrovias, rodovias e portos serão concedidos conforme as demandas do mercado, e a participação da Embraer em aeroportos será diminuída. O modelo poderá trazer investimentos privados à logística nacional, beneficiando obras que carecem de investimento.

Esse é o segundo pacote de concessões realizado pelo governo Dilma Rousseff. O primeiro foi lançado em 2012 com o nome Plano de Investimentos em Logística (PIL). Alguns avanços foram conquistados em rodovias e aeroportos. O mesmo não ocorreu em modais como rodovias e portos.

O modelo de concessão para ferrovias previa que todos os vagões seriam adquiridos pela estatal Valec. Os pagamentos pelos vagões ficariam condicionados ao governo, gerando desconfiança entre investidores. Enquanto isso, a participação da Embraer nos aeroportos era considerada excessivamente ampla. Havia demanda por menor participação da estatal, aumentando as possibilidades de investimento privado no setor aeroportuário.

Atendendo às demandas de investidores, o novo modelo de concessão para ferrovias prevê ajustes para se adequarem à realidade do mercado. As ferrovias podem ser concedidas no modelo tradicional, com cobrança de outorga. No entanto, o modelo de Parceria Público-Privada (PPP) é também uma possibilidade [1].

Trechos ferroviários poderão ser beneficiados pelas concessões. É o caso da ferrovia Norte-Sul, que está em obras; e da Transoceânica, projeto que prevê uma ferrovia que cruza o território brasileiro até a divisa com o Peru, de onde parte para o Oceano Pacífico [2].

Aeroportos também podem ser beneficiados pela retração da Embraer no setor. A estatal ficará com 15 por cento do capital aeroportuário, ampliando as chances de participação do capital privado. Poderão ser concedidos os aeroportos de Porto Alegres (RS), Florianópolis (SC), Salvador (BA) e Fortaleza (CE), entre outros.

No modal rodoviário, devem ser concedidos 10 a 12 trechos. Novos leilões devem ser anunciados ainda em 2015. No modal aquaviário, podem ser beneficiados 63 novos Terminais de Uso Privativo (TUPs), entre outros portos cuja concessão será possivelmente renovada. As concessões têm sido comparadas às privatizações do governo Collor e FHC [3].

REFERÊNCIAS

[1] http://www.infomoney.com.br/mercados/noticia/4090669/dilma-anuncia-segundo-grande-pacote-concessoes-com-ajustes-pro-mercado

[2] http://www.valor.com.br/brasil/4085878/plano-de-concessoes-preve-investimentos-de-r-1984-bilhoes

[3] http://www.infomoney.com.br/mercados/noticia/2973752/concessoes-dilma-privatizacoes-fhc-diferenca-esta-nome-diz-economista

 

 

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A polêmica da sobreestadia (demurrage) dos containers

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Importadores brasileiros convivem com custos operacionais desafiadores, muitos deles polêmicos. Dentre todos, um dos maiores destaques envolve a sobreestadia, ou demurrage, situação que opõem importadores e transportadores.

A sobreestadia ocorre quando um importador demora mais tempo para devolver os containers do que o combinado com o transportador. Isso torna possível ao transportador cobrar multas, como forma de compensar os prejuízos causados por essa demora.

No Brasil, a cobranças de indenizações pela sobreestadia existe há séculos. Ela pode ser verificada em legislações do século 19. A prática continua legalmente prevista no Código Comercial, além de acumular base legal em jurisprudência. Atualmente, ela se tornou regra no comércio exterior brasileiro.

A sobreestadia tornou-se praticamente inescapável no Brasil. Os gargalos e limitações da infraestrutura geram atrasos às operações. Importadores até mesmo selecionam seus transportadores com base no preço da demurrage: é um custo esperado para o transporte.

Além de inescapável, o custo da sobreestadia pode ser alto. Ele torna as importações ainda mais caras, gerando atritos entre importadores e transportadores. A situação costuma ser resolvida por meio de ações judiciais. A morosidade do Judiciário torna a situação ainda mais complexa.

Por um lado, transportadores podem ser beneficiados pela demora do Judiciário, porque aumentam os juros das multas. No entanto, são prejudicados pela demora, porque ficam privados de seus containers. Enquanto isso, importadores são prejudicados pelos juros. A inadimplência dessas dívidas tem sido alta, exigindo soluções alternativas às judiciais.

Alguns juristas indicam que a situação poderia ser contornada pela arbitragem judicial. Em países como Singapura, a arbitragem tem sido utilizada como alternativa. O Brasil poderia ser beneficiado por adotar a arbitragem. Para isso, é preciso que empresários adotem a cultura da arbitragem como forma de contornar gastos e demoras judiciais.

 

REFERÊNCIAS

http://alfonsin.com.br/sobrestadia-de-container-e-seus-conflitos/

http://www.rsilvaeadvogados.com.br/site/?imprensa/mostrar/id/95

http://canaladuaneiro.com.br/site/sobrestadia-legitima-indenizacao/


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