A tendência do dólar na metade de 2015
Mesmo com previsões de subida íngreme, o preço do dólar tem oscilado entre R$3,00 e R$3,40, deixando o mercado confuso. Diante dessa lateralidade, investidores e importadores avaliam se a tendência futura será de alta ou de baixa. As possibilidades demandam avaliar o cenário macroeconômico brasileiro.
O recente desempenho econômico brasileiro favorece a subida do dólar. No primeiro trimestre de 2015, o Produto Interno Bruto (PIB) declinou 0,2 pontos em relação ao trimestre passado. O saldo da balança comercial também acumula resultados negativos. A entrada de dólares no país tem sido limitada. Isso faz com que o preço do dólar tenda a aumentar.
A situação governamental também contribui para o aumento do dólar. As reservas cambiais do país estão passando por escassez. Com pouco fôlego para ancorar o câmbio, o governo deixou claro que deixará o câmbio livre. Considerando o cenário macroeconômico, tudo indica que o dólar irá subir de valor.
Ainda sobre o governo, é preciso notar o seu possível interesse no aumento do dólar, dada a sua prioridade em recuperar suas reservas. Isso permitiria aos exportadores aumentar seus ganhos no mercado internacional, elevando o PIB e gerando mais receitas. Algumas avaliações calculam que o valor ideal do dólar para o governo é de ao menos R$3,60.
Finalmente, há a inflação. Ela alcançou o valor médio de 8,75% em 12 meses, com possíveis picos oscilatórios de 10,75%. A abundância desvaloriza a moeda nacional em relação ao dólar. Esse fato também contribui para o dólar se valorizar em relação ao real.
Por outro lado, é preciso considerar os aumentos na taxa Selic (de juros). Para conter a inflação, o Copom estabeleceu seu valor em 13,75%, com possibilidades de aumentar nas próximas reuniões. As altas taxas de juros tornam atraente investir no Brasil, fazendo o país receber dólares em investimentos, o que valoriza a balança. Mas pode também causar recessão, diminuindo o PIB e aumentando o preço do dólar.
Diante da lateralidade do dólar, investidores e importadores perguntam-se se o dólar irá assumir tendência de alta ou de queda. No longo prazo, a tendência tem sido de alta. No curto prazo, há uma lateralidade que pode ser rompida em direção a preços mais elevados, considerando o presente contexto macroeconômico.