Blocos comerciais e seus resultados

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Blocos comerciais e seus resultados

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A década de 1990 inaugurou a globalização e conectou os mercados mundiais como nunca ocorreu antes. Diante do fenômeno, os países passaram a formar blocos comerciais de comércio. Uma parte das adesões buscava proteção dos concorrentes mais fortes. Outra queria aproveitar das oportunidades nessa nova ordem. Duas décadas depois, as tendências e os resultados dessas uniões possivelmente indicam que os resultados diferem do esperado. No lugar de proteção ou de distribuição de riqueza, ocorre uma “socialização das perdas”, com ônus maior sobre os países mais desenvolvidos dos blocos.

Com a queda do Muro de Berlim, a Europa prosseguiu sua tendência histórica de aproximação. Foi inaugurada a União Europeia, com unificação de políticas, de tarifas e até mesmo de moedas, tornando os países cada vez mais dependentes entre si. Para decepção, a União parece ter problemas em gerar prosperidade ou fortalecer os países menos adiantados. Os resultados mais notórios têm sido ser os revezes impostos aos países mais desenvolvidos, como os que a Grécia impõe à Alemanha.

O desentendimento e as suspeitas também têm sido comuns. Realizada pelos Estados Unidos da América, a proposta da Área de Livre Comércio das Américas (ALCA) gerou desconfianças por parte de países menos desenvolvidos, que temiam a assimetria das economias e uma possível supremacia estadunidense. Foi sugerida uma versão diminuta da ALCA, chamada “ALCA light”. A proposta foi rejeitada pelos EUA, o que talvez tenha sido proveitoso aos estadunidenses, considerando os resultados mais notórios da União Europeia.

Os países da América do Sul igualmente formularam propostas de unificação. A mais longeva é a do Mercosul, com foco mais político do que comercial. Vinte anos após sua formação, o Mercosul logrou encaixar em si países da ala progressista sul americana. A situação traz ao Brasil revezes políticos e comerciais que ainda não se pagaram, como as polêmicas com a Bolívia e com a Venezuela. Por ironia, o Mercosul testemunhou a formação da Aliança do Pacífico, voltada a fins estritamente comerciais. Esse pragmatismo faz com que os resultados da Aliança superem os do Mercosul.

Durante a década de 1990, países tenderam à formação de blocos, como forma de buscar proteção contra o mercado globalizado e se aproveitar das melhores oportunidades oferecidas por ele. No entanto, os resultados mais notórios tem sido encargos pesados aos países mais proeminentes dos blocos, desmentindo a idéia de que a assimetria traria vantagens aos mais desenvolvidos. Considerando o resultado da Aliança do Pacífico, possivelmente os melhores resultados surgem em países em situação simétrica e com pragmatismo comercial. Fica o convite para futuras pesquisas de internacionalistas.

 

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