Tendência do dólar no segundo semestre de 2015

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Tendência do dólar no segundo semestre de 2015

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Com o rebaixamento do Brasil pela Standard & Poor’s e o possível rebaixamento por agências como a Moody’s, o importador brasileiro testemunha uma escalada vertiginosa do dólar. Seguindo tendência de alta, iniciada em 2014, o preço alcança em meados de setembro o patamar de R$3,90. Esse avanço provavelmente não cederá nem mesmo com a manutenção de juros zero pelo Federal Reserve, nem mesmo com a venda de swaps por parte do Banco Central. Apesar desses fatos, o importador deve ponderar sobre algumas possibilidades cambiais para realizar um planejamento sustentável em longo prazo.

O aumento do dólar possui pressão suficiente para alcançar o patamar de R$4,00 ou até mesmo de R$4,20. A perda do grau de investimento, o arrefecimento da economia brasileira, a queda do preço das commodities e a fuga de investidores estrangeiros são alguns dos fatos que evidenciam a força dessa pressão. Mesmo assim, é possível que a relação entre o dólar e a bolsa de valores possa arrefecer essa escalada – e, em longo prazo, até mesmo a reverter.

A alta do dólar faz com que o valor da bolsa em moeda estadunidense alcance o menor preço desde 2005 [1]. Esse fato pode atrair investidores estrangeiros em massa, como ocorreu em situações semelhantes em outras épocas. O resultado seria a alocação de dólares no mercado brasileiro, reduzindo o preço da moeda estadunidense. Importações seriam beneficiadas em longo prazo por uma escalada cambial menos vertiginosa e, em um momento mais favorável, até mesmo revertida.

Obviamente, a bolsa de valores não está isenta de riscos. A atratividade da bolsa está deteriorada pelo contexto político e econômico brasileiro, somado ao contexto internacional desfavorável, como o baixo valor das commodities. Esse risco, no entanto, pode representar uma oportunidade. Diversas ações brasileiras estão precificadas abaixo de seu valor real. É o que ocorre aos bancos, que têm apresentado lucros robustos, apesar de seu valor acionário ser decrescente. No geral, a relação preço/lucro da Bolsa está subvalorizada. Essa “pechincha” pode atrair investidores estrangeiros, elevando novamente o nível de investimento e arrefecendo a escalada do dólar.

Diante da presente alta do dólar, importadores devem ponderar sobre a força de sua escalada. Por um lado, diversos fatores colaboram para sustentar essa pressão: a perda do grau de investimento, a crise política, o contexto internacional. Por outro, há fatores que podem contribuir para seu arrefecimento, como o baixo valor em dólares da bolsa e o preço subestimado de muitas ações. Planejamento estratégico, com assessoria profissional em comércio exterior, será indispensável para que importadores mantenham o ritmo de seus negócios e a escalada de sua competitividade.

 

REFERÊNCIAS

[1] http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2015/09/1677599-bolsa-em-dolares-tem-o-menor-preco-desde-2005.shtml

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