IMPORTAÇÕES NO SEGUNDO SEMESTRE DE 2015
Após um período de instabilidade, empreendedores e importadores brasileiros desfrutam de certo alívio durante o primeiro semestre de 2015. A alta do dólar estacionou, contrariando as profecias de que chegaria a R$4,00. O Brasil passou a atrair investidores estrangeiros, que trouxeram dólares e valorizaram o câmbio. O contexto gera oportunidades a importadores, que se beneficiam de dólar mais baixo. Mas esse alívio não chega a se tornar otimismo: existem dúvidas sobre se a situação é sustentável em longo prazo.
Para o segundo semestre, importadores devem estar atentos ao preço do dólar. O Banco Central informou a suspensão de negócios com swaps, deixando livre o câmbio [1]. A provável reação será aumento do dólar, como esperado pelo governo, que necessita de dólar mais forte para estimular os produtores nacionais. Enquanto isso, a taxa Selic sofreu acréscimo, alcançando 13,15% ao ano [2] e sinalizando a possibilidade de novos acréscimos. Combinadas, o aumento do dólar e dos juros poderão tornar os empréstimos para importações mais onerosos.
A situação no exterior reforça essa impressão. Os números macroeconômicos dos Estados Unidos têm sido positivos. O Federal Reserve pode suspender o programa de crédito para estímulo à economia estadunidense. Os juros certamente aumentarão naquele país, fazendo com que os Estados Unidos atraiam mais investimentos. Por consequência, ocorrerá aumento no preço do dólar em países como o Brasil. Diante dessa possibilidade, importadores podem ser beneficiados pela prudência.
Importadores devem aproveitar as oportunidades presentes, mas mantendo cautela para o segundo semestre de 2015. A recente trégua do dólar pode ser finalizada pela suspensão dos swaps no Banco Central; e pela possível suspensão do programa de crédito do Federal Reserve. A balança comercial será favorecida, mas haverá um moderado recuo na importação. A continuidade dos negócios dependerá de planejamento para redução de gastos e manutenção do ritmo.
FONTES:
[1] http://veja.abril.com.br/noticia/economia/bc-anuncia-que-nao-renovara-programa-de-intervencao-no-cambio/
[2] http://www.valor.com.br/financas/4028512/copom-eleva-selic-1325-maior-patamar-desde-dezembro-de-2008